domingo, 29 de agosto de 2010

21 anos da Comunidade Doce Mãe de Deus

A CRUZ É PARA NÓS COMO O SOL!



























Caríssimos irmãos e irmãs da Comunidade Doce Mãe de Deus, queridos irmãos e irmãs fiéis em Cristo Jesus. Nesse Domingo festivo somos convidados por Deus a celebrar com alegria e humildade o memorial da nova aliança e a dar graças a Deus por Jesus Cristo, pelos 21 anos da Comunidade Doce Mãe de Deus.  Aproximemo-nos de sua presença viva na Eucaristia e digamos com alegria e gratidão: “O Senhor fez em nós maravilhas, grande é o seu nome”. Esse é o grito de louvor de Maria, a Doce Mãe, e esse, com toda certeza, é o louvor dos primeiros de nossa Comunidade (Inaldo Alexandre da Silva, Ir. Marliane de Andrade Cavalcante, Iara Alexandre da Silva e Ir. Roselir Gonzaga de Brito) que deixaram tudo e seguiram os passos de Jesus. Também esse deve ser o nosso louvor, nós que somos frutos desse novo carisma ainda nascente: consagrados, irmãs e irmãos celibatários, irmãos casados, diácono e padres.

As leituras de hoje são providenciais, pois nos falam da escolha de Deus pelos pequenos, pelos humildes e pelos pobres de Deus. No Livro do Eclesiástico, o autor sagrado vem nos mostrar que a verdadeira modéstia nos leva para Deus enquanto os altaneiros e os ilustres são confundidos. Aos humildes são revelados os mistérios de Deus, enquanto aos soberbos e aos orgulhosos, cegados pelo pecado, não há compreensão da vontade divina. Irmãos e irmãs, Deus se revela na fraqueza e na pequenez, e a grande sabedoria está em fazer unicamente a vontade do Pai, expressa em Jesus, o Deus visível. A nós, templos de Deus e vasos de argila, é feita uma promessa que está no refrão do salmo de hoje, que se concretiza ao buscarmos o Senhor com um coração sincero: “com carinho preparaste uma mesa para o pobre” (Sl 67). Esta pobreza evangélica que professamos com tanta determinação em nossa consagração, deve nos levar a viver com plena liberdade e gratuidade. Está aí a nossa grande riqueza, como nos diz o nosso estatuto de vida: “A pobreza nos leva á riqueza”.
Na segunda leitura, o autor da carta aos hebreus nos lembra que nós não nos aproximamos de uma realidade palpável “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestades, som da trombeta e voz poderosa”, mas nos aproximamos de Jesus, o Deus vivo, o Juiz de todos, o mediador da nova aliança. Temos grande experiência de Deus em Jesus, o Filho unigênito, aquele que nasceu no presépio, viveu entre nós, morreu crucificado e ressuscitou ao terceiro dia.
Na Eucaristia temos a maior experiência de amor com Deus, pois experimentamos a força da sua ressurreição e sua predileção para conosco, nela temos a plena certeza que nossos nomes estão escritos no livro da vida.
No evangelho de São Lucas, Jesus nos mostra a nova realidade onde, aqueles que procuram os primeiros lugares, são convidados a deixarem estes lugares aos últimos do reino, ou seja, aqueles que servem; pois aqueles que se elevam serão humilhados enquanto os humilhados serão exaltados. Como nos fala Jesus no Evangelho, a nossa recompensa, irmãos e irmãs, não é a dos homens e sim a de Deus: a ressurreição dos justos. Por isso, não esperemos demasiadamente os elogios dos homens da sociedade ou dos homens e das mulheres da Igreja ou até mesmo dos irmãos e das irmãs da Comunidade Doce Mãe de Deus. Seremos felizes se fizermos tudo por amor e gratuidade, mas nem por isso podemos esquecer de dizer “muito obrigado” por um bem recebido de um irmão ou irmã, principalmente no dia de hoje pelo sim de cada um.

São Francisco fez esta opção evangélica do não ter nada de material e de ter a Deus como a única riqueza. Por isso, ele foi considerado o homem mais feliz que já existiu nesta terra. Aquele que vivia em função dos irmãos por amor ao grande Deus, o Altíssimo, o Onipotente. Como nos diz os seus escritos, que lemos quase que diariamente em nossas casas, o trono que foi preparado para Lúcifer (Anjo da luz), que foi expulso do céu por causa do seu grande orgulho, foi dado ao pobrezinho de Assis por causa de sua grande humildade, segundo uma visão de um irmão franciscano.

Nos tempos de hoje é possível viver assim? Esta é a grande pergunta que muitos fazem. Olhando para o Cristo pobre podemos dizer que sim! Viver de maneira simples, se reconhecendo como um homem e uma mulher totalmente dependente de Deus como Santa Clara, que nos últimos momentos de sua vida se alimentava apenas da Eucaristia, o grande Deus da vida.

Olhando hoje para a nossa Comunidade, muita coisa já mudou. A estrutura física, mais irmãos e irmãs, novas casas de missão no Brasil e na França. Mais uma coisa não pode mudar em nós, aquilo que é essencial em nossa vida como comunidade consagrada, o nosso amor a Deus. Acima de tudo, devemos amá-lo de todo coração e não trocá-lo por nada neste mundo, nem por coisas ou pessoas. Cada um, no seu estado de vida, não pode perder este grande amor encontrado, este amor revelado por Jesus que nos leva viver o simples da vida com gratuidade e gratidão. Irmãos e irmãs, contemplemos a imagem dos quatro primeiros se alimentando no chão sobre uma toalha estendida, os pratos no chão, os talheres colocados com tanto zelo e carinho e o amor dos primeiros pela evangelização. Contemplemos o coração missionário do nosso fundador que com tantas palavras de sabedoria e tanto cuidado pelos irmãos faz crescer esta obra que é de Deus. Ele, que nunca quis ficar nos “primeiros lugares”, mas que foi colocado pelo próprio Deus a frente de um povo. Poderia ter sido outro fundador, um padre ou um bispo ou um doutor. Mas Deus escolheu um “carioca-goiano-paraibano”, comedor de “piquí” e de “jurubeba”. Um homem feliz que contagia a todos com a sua alegria para manifestar a grandeza de Deus no meio dos homens. Pai de família e pai de uma vocação com tantos filhos doutos ou não, leigos e clérigos, homens e mulheres que querem viver como testemunhas do grande mistério da salvação de Cristo pelo amor da santa cruz.

Inaldo, Ir. Marliane, Iara e Ir. Roselir, somos gratos pelo sim que vocês deram por amor a Deus. Que o Deus da vida recompense vocês por tão grande coragem de enfrentar tudo que passaram.  Que São João Batista rogue a Deus por nós e pelo nosso sim, como vocação, até o fim de nossas vidas como verdadeiras testemunhas, como profetas. Que outros irmãos e irmãs possam fazer parte desta grande família, família de Deus, consagrados e consagradas Doce Mãe de Deus.


Deus abençoe a todos.

Monsenhor  José André  da Silva Anselmo
Membro consagrado de vida - Doce Mãe de Deus

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